Cientistas descobrem pegadas inéditas de dinossauros na Amazônia
Foto: Orla/Gettyimages
Pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) identificaram pegadas fossilizadas de dinossauros com aproximadamente 110 milhões de anos no município de Bonfim, no norte do estado. É o primeiro registro desse tipo na Amazônia, o que representa um marco para a pesquisa paleontológica na região.
As marcas foram encontradas em grandes superfícies de rochas expostas, conhecidas como lajedos, na bacia do rio Tacutu. As primeiras observações ocorreram em 2011, durante um mapeamento geológico conduzido pelo geólogo Vladimir de Souza, da UFRR, acompanhado de estudantes do curso de Geologia. Desde então, os pesquisadores seguiram em um processo de análise até confirmar a origem das impressões.
Pegadas indicam presença de dinossauros carnívoros e herbívoros:
De acordo com o estudo, as pegadas foram deixadas por diferentes espécies de dinossauros — entre elas, velociraptors e saurópodes, conhecidos pelo pescoço e cauda longos. As análises apontam que algumas trilhas pertencem a animais que podiam ultrapassar dez metros de altura.
Os pesquisadores encontraram sequências de pegadas com mais de 30 metros de extensão, e em alguns pontos, trilhas de diferentes espécies se cruzam, sugerindo que a região era habitada de forma contínua. Há indícios de que os herbívoros se deslocavam em grupos, acompanhados por carnívoros em perseguição.
Formação geológica e origem das trilhas em Bonfim:
As rochas onde as marcas foram registradas são formadas por arenitos, antigos depósitos de areia que, segundo o doutor em geociências Carlos Eduardo Vieira, faziam parte de planícies de inundação ou áreas semiáridas no passado. Essas formações surgiram durante a fragmentação da Pangeia, o antigo supercontinente que deu origem aos atuais continentes.
Conforme os pesquisadores, a separação das massas continentais criou novas paisagens com vegetação e fauna diversificadas, proporcionando condições ideais para a presença de diferentes espécies de dinossauros na região que hoje corresponde ao norte do Brasil.
Próximos passos da pesquisa e turismo científico:
A equipe da UFRR pretende ampliar as investigações para outras áreas do estado, buscando novas ocorrências de fósseis e vestígios de dinossauros.
Entre os projetos em desenvolvimento está a criação de rotas paleontológicas em Roraima, com o objetivo de integrar pesquisa científica, turismo e educação ambiental, fortalecendo a valorização do patrimônio natural da Amazônia.
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