Lula encerra viagem à Ásia confiante em acordo com Trump sobre tarifas dos EUA

Foto: @ricardostuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou sua agenda na Ásia nesta terça-feira (28), após uma série de compromissos oficiais, e afirmou estar confiante em avançar nas negociações com os Estados Unidos sobre o tarifaço imposto a produtos brasileiros. O encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump, abriu um canal de diálogo direto entre os dois líderes, segundo o governo brasileiro.

Lula entrega documento com propostas e prevê “bom acordo”:
Em entrevista a jornalistas na saída do hotel em Kuala Lumpur, capital da Malásia, Lula afirmou que entregou pessoalmente a Trump um documento com as propostas brasileiras para a negociação. “Eu entreguei para ele um documento das coisas que eu queria conversar. Portanto, não foram apenas palavras. Ele sabe o que o Brasil quer, e eu acredito que vamos fazer um bom acordo”, declarou.

O presidente disse ainda que poderá acionar Trump diretamente, se houver necessidade:
“Já falei com meus negociadores. Ele foi para a Coreia, para o Japão, mas, dependendo do resultado desta semana, eu vou importuná-lo com um telefonema direto. Ele também tem o meu telefone. Como eu não uso celular, ele liga para o meu cerimonial, e nós conversamos”, completou Lula.

Casa Branca evita antecipar resultados, mas elogia encontro:
Durante conversa com jornalistas a bordo do avião presidencial Air Force One, Trump elogiou a reunião com Lula e parabenizou o brasileiro pelo aniversário de 80 anos. No entanto, evitou adiantar detalhes sobre um eventual acordo comercial. “Tivemos uma ótima reunião. Vamos ver o que acontece. Eles [Brasil] gostariam de fechar um acordo. No momento, eles estão pagando, eu acho, 50% de tarifa”, disse o republicano.

De acordo com fontes do governo brasileiro, ficou claro que os Estados Unidos concordaram em manter temas políticos fora das tratativas comerciais. Entre esses tópicos estão o futuro do ex-presidente Jair Bolsonaro — condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado — e as relações do Brasil com outros países, como a China.

Negociações afastam temas políticos e focam no comércio:
A Casa Branca justificou o tarifaço como uma resposta à suposta “perseguição política” contra Bolsonaro e à limitação de redes sociais no Brasil. Segundo o governo brasileiro, essas questões foram retiradas da pauta e não devem interferir no avanço das conversas sobre comércio.

A expectativa do Planalto é de que o novo canal de diálogo direto entre Lula e Trump facilite um entendimento sobre as tarifas e fortaleça as relações econômicas entre os dois países.

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